sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

O AVÔ E O NETO NA PRAÇA D. ERMELINDA II


Trimmmmmmmm! Trimmmmmmmm!

- Olá! meu neto. Já vi que você esqueceu? A esta hora do dia seu avô está aonde?
- É mesmo vó! Está lá na praça d. Ermelinda. Mas que cabeça a minha! Está tudo bem com a senhora?
- Estou ótima, meu neto! Não deixe seu avô se atrasar pro almoço.
- Tá bem, vó.

E o neto encontrou seu avô no lugar de sempre na praça d. Ermelinda.

- E aí vô, pensando na vida! Quem pensa muito na vida não casa!
- Ô meu neto! você por aqui. Que vento o traz? Achegue-se.

- Vô, as árvores da praça estão bonitas.
- Estão, sim. Nesta época do ano elas ficam mais belas. Quem plantou e cuidou por muito tempo da maioria destas árvores foi seu Zapp, um imigrante italiano que tinha muito amor por vegetações.

-Vô, qual é a finalidade daquela casinha tipo chinesa ali no meio da praça?
- Aquilo virou um depósito de tudo aqui da praça. Inicialmente foi viveiro de passarinhos. Esse tal viveiro foi inaugurado no final dos anos sessenta passados. E não eram somente passarinhos que prendiam ali, eram também lagartos, cágados, coelhos. Uma espécie de mini-zoológico da fauna dos resquícios da Mata Atlântica daqui do nosso município. O povo fez uma piada na época da inauguração do viveiro: “a primeira dama perguntava para o prefeito, um amante de passarinhos, qual era o nome dos pássaros. E o prefeito ia dizendo, até que teve que responder: ignoro - o nome do pássaro, evidentemente. Então a primeira dama exclamou: Ah! mas que casalzinho de “ignorinho” bonitinho!”
- Há! há! há! há! há! há!
- Você acredita, meu neto, que esse tal viveiro, feito de madeira de segunda e de tela de arame barato, foi tombado pelo patrimônio histórico do município?
- Inacreditável, vô!
- E é por isso que não puderam tirá-lo de lá. Então fizeram aquela casinha tipo chinesa para ser orquidário, mas acabou virando depósito.

E o relógio da Igreja com suas badaladas anunciou o horário do dia.

- Vô, vamos almoçar?
- Vamos, meu neto, porque senão sua avó vai brigar comigo.

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